quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Antigos Caminhos

O vento sóbrio e frio fustiga nossos corpos:
Corpos claros como o sorriso do sol,
Mas os prazeres longínquos do passado
Se fazem obscuros e sombrios como cálido pranto.
Sal, mar e viagens, eis meu coração.
Canto a poeira do tempo, a nostalgia do sonho, a melancolia de teus olhos:
Olhos de cinza inebriante e de belas vozes!
Correr nas pegadas do Deuses e gritar por sobre as montanhas.
Em bosques elevados e distantes, eis meu coração.
Pulsa qual terra fresca e cheia de perfumes inomináveis...
Jasmins e pássaros, terra e verde, fogo e gelo.
Mãos entrelaçadas e coração esperançoso.
O doce e culposo sonhar, sempre distante, sempre ilusão, qual galope de cavalo veloz.
Adormecer, sonhar, talvez morrer, eis meu coração!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O pássaro da noite
Canta os terrores de outrora
Em versos de lua e escuridão.
O sangue derramado na terra
E as batalhas esquecidas dos Homens
Fazem parte de teus longos caminhos
Da dor que escorre entre os dedos
E dos olhos de ódio e pavor.
Na muralha do tempo
Erguida sobre a loucura
E a solidão
Há longínquo horizonte que
Em manhãs de mar cinzento,
Cobre-se este coração amargo
Com a tua misteriosa capa.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Estrela Solitária

Aqui começa uma história:
Longa como uma noite estrelada
Tal como um coração que pulsa,
Atormentado e bravio;
gritos e ventos, tempestuoso!
Tal como uma estrela solitária,
Um barco embriagado ao Norte.

E o que a maré nos trará?

Aqui começa mais um caminho:
Pés e mãos calejados pelo sofrimento,
Passados, canções e Homens que lutam.
Força e coragem, mulher,
Pois sempre haverá aquele silêncio cativo
Que precede a tempestade de teu coração.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Tempestade

Por que o desejo de refrear tua alma?
Se já bem sabes que é figura indomável
Lutas, Tempestades e Luas:
É disso que é feito teu coração.

Presa voraz do passado vazio.
Vozes distantes e canções que não são tuas.
Se a solidão é tua maior amiga,
Convide-a a desfrutar de tua companhia...

Caro amigo, afaste-se,
Pois nada é bem vindo numa terra árida!
E há muito arrasada pelo tempo,
Onde nada é belo e acolhedor.

Coração selvagem de fronte altiva
Cavalgas os céus
E em paixão desesperada
Espera os ventos, o mar e ar.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Coração Cinza

O vento que sopra em meu coração
é sempre o vazio e o nada
Tudo pálido e branco
Como um mar e o céu cinzentos.

Um barco que sobe e desce,
Céu, mar
Mar, céu
Esconder tua dor dos olhos cruéis.

O sol em minha boca
Se apaga a cada dia
Com pesar e tristeza
Do tempo que foi vivido.

Acabe a cerimônia
E apague as luzes
Não há mais doce vinho
nem antigo sonhar.

Tudo é cinza no peito amargo e abatido.

domingo, 3 de julho de 2011

Manhã Dominical

O pálido sol se estende
Aos meus braços
Nesta manhã dominical.
A névoa se dissipa
E os pássaros
Retomam seu livre canto.
Entre as árvores velhas
O frio estranho
Se apega como antigo conhecido.

Folhas, Terra, Crianças
vento, Cantos, Flautas
Música, Alegria e Sonhar...


Oh, Mr. Sandman, bring me a Dream...

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O Caminhante das Sombras

O caminhante das sombras se move
em estreitos passos e largos olhos felinos,
Saliva, suor e sangue em teu passado.
Corpos que gemem, dor em teu peito.

Nada traz o passado de volta,
Mas nada o faz esquecer tampouco.
Uma clareira em teu coração distante
Eis o que resta.

Não fui tão longe
E nem sofri tanto em justa causa.
A alma amarga não tem volta
Mas sempre há último trago

E seu antigo veneno.
Corre em minhas veias
Eu, caminhante, liberto-me
De tamanho sofrimento...

....Em meu labirinto de Sombras.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Sombras

O que vejo em meu destino?

Uma partida, barcos, cantos, homens.

Sempre dor e tristeza a minha frente.

Isto é o que aguarda aos filhos de Odin.

Glória e dor, sombras e desassossego.

As pegadas de sangue numa terra de sal.

Minhas lágrimas foram secas pelo vento

E crispei minhas mãos de ódio.

Olhos vermelhos, demônio antigo que habita em mim.

Coração perdido, paixão sôfrega.

Não canto mais nada,

tudo já se foi,

e o que podemos esperar?

A morte.

sábado, 28 de maio de 2011

Melancolia

Os balanços coloridos parados
No meio da relva verde e úmida.
Por entre árvores juncosas e tristes.
O vento sopra,
E os metais dos brinquedos nem se importam.

É sorriso distante,
vozes de crianças brincando ao longe...
Pegadas na terra,
Rostos suados e de pureza contente.
Foi-se para trás, o destino levou embora.

Assisto somente como espectadora
A nostalgia melancólica bate forte,
Num coração cheio de passados,
Que em tempos imemoriáveis já teve sua glória,
E que um dia voltará a ter sua paz.


Quem sabe.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Menina Morta

Mães, florestas e grandes olhos
Filha das chuvas e tempestades,
Por que a tristeza deve ser tão funda no peito amargo?
- Não há vida nos olhos da menina morta.

Correu para longe, gritou em desespero:
Secou as lágrimas com o veneno do tempo;
E guardou no coração todos os antigos rancores.
-Não há vida nos olhos da menina morta.

As mãos crispadas do medo do passado
Que sempre bate à porta...
Que dilacera o prazer de viver...
-Não há vida nos olhos da menina morta.

O controle do teu coração foi perdido,
Hoje ele vaga num deserto de loucura iminente
O vazio sem cura, é tempo de se perder.
-Não há vida nos olhos da menina morta.


Não me siga.

domingo, 8 de maio de 2011

Fogo de Âmbar

Se o fogo em teus olhos,
Conseguir arrastar minhas preces pelas areias do tempo
É porque és meu escolhido, velho forasteiro;
Que dança e gira com as estrelas...
E tens nos teus dedos a vertigem do meu coração.

Corri para teus braços e teus olhos,
Tão cheios de fogo, como os admirei...
Cantei teu nome e teus filhos
Corri pelos jardins e comi do fruto proibido ao teu lado
Jovem forasteiro.

Não importa o tempo do amor,
Nem as longas viagens dos amantes perdidos.
Remosrso ou dor,
Terás o momento da culpa, maldita dor!
É vida que corre, é vento no tempo.


terça-feira, 12 de abril de 2011

Pequeno Desejo

Procuro um amor que caiba dentro
E fora de mim.
Que encha de ar meus pulmões
E solte vida ao exalar.
Quero um amor libertador, livre,
Mas que me prenda pelos olhos, pelo toque,
Ou por uma simples lembrança.
Quero o doce do sentir-me apaixonada,
O sabor da ansiedade gostosa
E a pulsante alegria em apenas trocar olhares.
Quero o sol novamente em meu rosto
E que a brisa dance entre nossos beijos.
Assim como quando um pequeno elogio
Te torna a mais feliz dentre as mulheres.
E teu amor é tão grande
Que torna todos os medos pequenos.


A escrita é breve, mas o desejo intenso.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Homem Sonhado

Mentiras bem ditas
São melhores que verdades escondidas.
Meu coração pulsa forte em cada batida do passado.
Dilacerada pelo tempo e pelos caprichos da morte.

Coração de criança, corre com pernas de ventos...

As cores que correm giram em dissonantes mãos e dedos.
A coisa que cintila e brilha em mim, a vida pulsa em meu sangue
Palpita meus olhos e o teu dedilhar pelo meu corpo.
teu cheiro (pressentido), teu lábios, tuas mãos e teus olhos de lobo.

Coração de mulher, deseja o homem distante com prazer e pecado...

Não abandone este mundo
sem que eu possa te acompanhar, forasteiro.
Longe, eu sei, mas saúdo a aventura
E os sonhos de um amor platônico.

Os cabelos dos ventos e teu verbo, tão caro aos meus ouvidos....

Fui, cresci e repudiei tudo isto,
Roubaram meu encanto, malditos!
E riram de minhas preces de dor.

Chorei e desejei as estrelas de teus olhos azuis profundos...

sexta-feira, 25 de março de 2011

A Estrela da Manhã

Como recuperar aqueles sonhos perdidos?
O amor esquecido com a poeira dos tempos?...
O vento sobre meu coração: Eis a vida nova que chega!
A tristeza vai aos poucos se esvaindo...

E assim vai renascendo a Estrela da Manhã.
Acabou-se o tempo das dores e da escuridão.
os pássaros cantam ao som verde das flautas
E o suspiro dos deuses encontra novamente morada em meu coração.

Vou longe, cavalgo o ar
Rio as cores e faço movimentos musicais.
Grito longe e minha voz é ouvida como doce presságio
Não temo mais a morte, nem a dor.

O tempo de sofrer passou, nova aurora desperta
Novos caminhos, palavras e Homens
Não leverás meu orgulho nunca mais
Pois ele renasceu com a Estrela da Manhã.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Olhos de Oceano

Meu corpo não é mais meu.
meio árvore, meio seiva.
Coisa verde inominável, suspiro dos deuses.
As folhas mortas, outono em meu coração.

Mistérios dançam comigo como música,
A vida transpira pelos meus dedos,
em silêncio, as lágrimas pelos meus cabelos...
Mais emotiva do que realmente deveria ser.

Um canto longínquo chama meu nome,
por entre cantos e gritos de vidas passadas.
Há tanta coisa para ser contada, velha dama.

Então, sente-se ao lado e veja meus olhos cor de oceano
E meu peito de terra, minhas mãos salgadas
E minha pele de cordeiro te contará muitas histórias...

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Besta

Mais um trago do antigo veneno,
Mais um trago de fumaça do velho cigarro.
Sem a beleza dos antigos dias e das belas e puras mulheres.

Olho para frente e vejo uma estrada de dor e desespero.
Nasci fraca e sem Deus:
Estranha para os Homens, morta para o mundo.

As preces, preciso de tantas,
Quero ver as cores novamente, os Deuses cantando
E correr para as montanhas e abraçar as nuvens...

Sem risos, sem esperança, sem asas:
Ninguém para dividir o meu quinhão do demônio.
Um feitiço, uma dança amarga,
Talvez salvassem meu coração solitário e selvagem.

Só necessitava de mais um amanhecer,
E um abraço ameno, fogo em meu sangue.
Coração esquecido, sem a doce rosa, isso é tudo o que tenho.
Por favor, estou cansada de ser a Besta-fera.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Falsa Redenção

Enterrei meu coração no seio da Terra
E cravei minhas unhas no vento
Gritei aos céus preces antigas e sagradas

Muitos já se foram.
Um dia eu me vou.

Acordei como um sonho de mar
E vi os antigos nomes inscritos nas pedras
Chorei longamente por tantos anos...

Muitos já se foram.
Um dia eu me vou.

O brilho das asas das gaivotas
O sol que contorna meus olhos
A salvação para o canto frio é a eterna solidão

Muitos já se foram.
um dia eu me vou.

Coloquei meus temores no mais escuro da noite
E vaguei por tantos lares sem mãe
Clamei o perdão e a justiça surdos

Muitos já se foram.
Um dia eu me vou.

[25/01/2011]

domingo, 9 de janeiro de 2011

Solidão

A dor da carne corta o sangue.
E aquele grito que pára preso lá no fundo da garganta.
Não tens mais voz, velha mulher?
A insensiblidade e a solidão alheia
Afetaram o cerne do teu dia.
Talvez fosse pródigo,
mas não passou de um borrão.
Não esquivei os olhos da dor,
porém fiz de tudo para conquistá-la e torná-la íntima amiga.
A dor, a fúria, o medo são os entes mais terríveis.
O pão é amargo e os soluços incalculáveis.
Te tornastes pequena qual não vivente alma.
Como um fantasma, um fantoche.
Nas mãos de médicos doentes e sem salvação.
Não há ombro para chorar...
Mas de que adiantaria, se está tudo perdido?
E a esperança gritou ao agora: "Acabe!"