domingo, 9 de janeiro de 2011

Solidão

A dor da carne corta o sangue.
E aquele grito que pára preso lá no fundo da garganta.
Não tens mais voz, velha mulher?
A insensiblidade e a solidão alheia
Afetaram o cerne do teu dia.
Talvez fosse pródigo,
mas não passou de um borrão.
Não esquivei os olhos da dor,
porém fiz de tudo para conquistá-la e torná-la íntima amiga.
A dor, a fúria, o medo são os entes mais terríveis.
O pão é amargo e os soluços incalculáveis.
Te tornastes pequena qual não vivente alma.
Como um fantasma, um fantoche.
Nas mãos de médicos doentes e sem salvação.
Não há ombro para chorar...
Mas de que adiantaria, se está tudo perdido?
E a esperança gritou ao agora: "Acabe!"