Mulher-Vento, Mulher-Dia
Mulher-Fogo, Mulher-Noite.
Em teu útero gera-se o sangue,
Gera-se vida e dor.
Na Beleza de teus olhos caleidoscópicos
Fagulhas dos deuses dançam e cantam
E na sombra de tua noite
A antiga morada do sonho habita;
Inominável, forte e misteriosa.
Nos dias de teu corpo,
Vênus pulsa e choram Faunos.
Raízes, galhos, muros e chão;
Terra molhada brota de teus seios
E de teus cabelos de mar,
Ondas de medo soturno caem.
Volta a dormir, pois, mulher,
Somente mais uma manhã chuvosa se insinua sobre o céu.