quinta-feira, 19 de abril de 2012

Espelho

Clamo aos Deuses por seus auspiciosos
Presságios e sinais, mas
Sinto-me perdida, em mudas preces,
vagando por veredas de musgo e chamas.
E na escuridão dos dias iguais,
A cada momento me afogo em desilusão,
Em sombras de mares revoltos
E nas noites sem estrelas-guias.
É a solitude do olhar melancólico,
São os dedos vazios de tintas, crenças
E o antigo e triste amar;
Sempre tão estranho e amargo.
Sinto repulsa ao espelho e seu cruel deleite, destino.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Epílogo

Meus olhos outonais
Em uma brisa distante
Transmutam-se em velhos galhos...
E juncosos dedos buscam o passado voraz:
Pássaro de mil faces
Canta os feitos de outrora e suas dores
Nodosas árvores em meu coração
Lampejam através das brasas
De uma antiga e longínqua lareira.
Apagaram-se os caminhos na estrada veloz.
Nunca pertencerás a este mundo, eterna perdição.
E somente verás os sorrisos alegres
Através de sombrias janelas e umbrais alheios.
Pois siga então em teu labirinto de solidão.
Aqui termina mais um capítulo, mulher.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Abismo

O silêncio da dor grita
Em meus olhos arvorescos
E em espirais de sofrimento,
Danço nas mãos da cruel loucura.
Abismo e obsessão infindáveis
Cantam os eternos terrores
E neste meu corpo de tempestade,
A vida dilui-se em angústia e melancolia.
Vermelho céu de desespero em alma
Expurga desta existência o horror profundo,
Pois não há liberdade...
...Neste tenebroso coração de pássaro negro.

domingo, 1 de abril de 2012

Pequena Chama

A luz de teus olhos
Correm por meu corpo
E em silêncio de paixão e desejo
Escuto tão somente as batidas de nossos corações:
desesperados e em uníssono.
A galope procuro fugir
Em direção aos ventos da solidão
Já tão conhecidos e cativos de meu Ser.
Mas tu me (re)encontras
E me (re)conquistas
E com um sorriso tímido
Envolve-me em teus braços.
Braços de amante que fazem parar o tempo,
As guerras e os chorares amargurados
De um há muito abatido e esquecido peito...