sexta-feira, 17 de maio de 2013

Embriaguez terna e morna,
Pungente e bem vinda
Em meu corpo de sal, e vertigens.
Como seguir os gritos silenciosos
E lábios invertidos de um inverno torpe?
Tal qual a temperatura das úlceras em coloridas porcelanas tristes
Esvai-se em sombrias preces a pálida dor.

Cálidas preces. Vértices sombrios.

Olhe! Gritos que observam o mover dos olhos
Sem ao menos pensar nas dores de Saturno.
Nostalgia de um sotaque perdido há décadas não vividas...
Pálpebras e pupilas. Vinho barato.
Fugir para aonde o céu jamais alcançará a Terra
Superfície rasa de lamentos, dores e suplícios.

Embaraçados cabelos vermelhos em olhos de vidro.
Soltos em rugidos de cavalos-leões,
Distantes em sua incrível ventania.
Ribombam os sinos em dedos intocados
E em intocáveis melodias fúnebres.

Terra que te cerca os olhos. Terra que te serra os pulmões.