Todo aquele murmúrio verde em pele de onça veloz
Correu e derramou-se no cerne do dia.
Em galopantes aves de terra e mar, brilhou os olhos escuros.
Olhos na escuridão, talvez o ruivo do céu laranja
Ou da Lua e Vênus em ar.
Cantigas de ciranda, mãos e dados lançados à roda da fortuna.
Felinos enroscados em tuas pernas de cansaço e de carros a vagar.
Assim encerra-se mais um dia de tua eterna construção.
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Sonata de Inverno
Asas
purpúreas de ventania:
Contem
aos ventos os terrores cruéis
De
um coração maldito e amarelado.
Coração
de dor, coração de luto.
Vestes
prateadas adornam os cabelos
de
meninas de outrora.
Meninas
sem olhos e de mãos pálidas.
Auréolas
esverdeadas em olhos de vidro marfim.
Números, letras, cartas inescritas.
A dança sutil e o vulto de uma sombra clara
Solitude indelével em olhos de carvalho.
Vidas
em oposição, palavras sem cor.
Olhos
de lágrimas e corais escondidos.
Roubem
de mim todo este rosto
Os
vincos, os vícios e sua poesia,
ou
não saberei mais quem poderia ser.
em
dourada lua de amanhecer
brisam
o mar em faces e rugas de vestes brancas...
Seria
par o homem e a mulher
Ou
apenas a dama e sua lua caída?
Mais
uma sonata, com um vagaroso e leve movimento,
terno
como uma flauta, triste como um violino
E em
tom menor tal como um dia de chuva.
sexta-feira, 17 de maio de 2013
Embriaguez terna e morna,
Pungente e bem vinda
Em meu corpo de sal, e vertigens.
Como seguir os gritos silenciosos
E lábios invertidos de um inverno torpe?
Tal qual a temperatura das úlceras em coloridas porcelanas tristes
Esvai-se em sombrias preces a pálida dor.
Cálidas preces. Vértices sombrios.
Olhe! Gritos que observam o mover dos olhos
Sem ao menos pensar nas dores de Saturno.
Nostalgia de um sotaque perdido há décadas não vividas...
Pálpebras e pupilas. Vinho barato.
Fugir para aonde o céu jamais alcançará a Terra
Superfície rasa de lamentos, dores e suplícios.
Embaraçados cabelos vermelhos em olhos de vidro.
Soltos em rugidos de cavalos-leões,
Distantes em sua incrível ventania.
Ribombam os sinos em dedos intocados
E em intocáveis melodias fúnebres.
Terra que te cerca os olhos. Terra que te serra os pulmões.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Orpheus
Quantas marés em rochas
São necessárias para destruir sonhos e danças amargas?
Tantos túneis negros e lagos perdidos,
Azul de céu profundo em palavras de músicas transmutado.
Forte, fraco. Forte, fraco.
Uma antiga notação, já há muito esquecida,
Sob uma borra de café ou chá
Trouxe a terra, feito barro, para os olhos de alguém.
Mordaz e saturnino pássaro,
Avesso ao canto, perdeu-se ao anunciar manhãs.
E em pupilas dilatadas o sol enuncia: "estou cansado".
São necessárias para destruir sonhos e danças amargas?
Tantos túneis negros e lagos perdidos,
Azul de céu profundo em palavras de músicas transmutado.
Forte, fraco. Forte, fraco.
Uma antiga notação, já há muito esquecida,
Sob uma borra de café ou chá
Trouxe a terra, feito barro, para os olhos de alguém.
Mordaz e saturnino pássaro,
Avesso ao canto, perdeu-se ao anunciar manhãs.
E em pupilas dilatadas o sol enuncia: "estou cansado".
quinta-feira, 11 de abril de 2013
O vento sobre os dedos pálidos
Mescla os caminhos pianescos
Em espirais tonais de branco e preto.
Lágrimas de uma alma entorpecida
Exalam o trago cinza mais uma vez
Nesta cálida manhã outonal.
Mãos suaves, mãos frias
Uma sobrecasaca amarelada qual a cor da aurora
Acompanha os estranhos passos de um jovem
ao suspirar e arpejar seus dourados fios
Que adornam sua face e caem em cascatas de versos.
Sobre seus dedos finos, pálidos e embriagados,
Como a chuva branca nas vidraças das janelas frias,
Nascem as noites púrpureas, azuis e negras
De um dia sem face.
Mescla os caminhos pianescos
Em espirais tonais de branco e preto.
Lágrimas de uma alma entorpecida
Exalam o trago cinza mais uma vez
Nesta cálida manhã outonal.
Mãos suaves, mãos frias
Uma sobrecasaca amarelada qual a cor da aurora
Acompanha os estranhos passos de um jovem
ao suspirar e arpejar seus dourados fios
Que adornam sua face e caem em cascatas de versos.
Sobre seus dedos finos, pálidos e embriagados,
Como a chuva branca nas vidraças das janelas frias,
Nascem as noites púrpureas, azuis e negras
De um dia sem face.
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Genocídio
Ossos e carnes mutilados
em translúcidos versos
de ódio que devora
os dias e o ressoar em dedos de papéis sem tinta.
Olhos que reviram em outonais
brisas velhas e chorosas
canta as éguas antigas
em formas de luas vítreas,
amareladas e torpes,
como a cinza chaminé
das cansadas fábricas de mortos.
em translúcidos versos
de ódio que devora
os dias e o ressoar em dedos de papéis sem tinta.
Olhos que reviram em outonais
brisas velhas e chorosas
canta as éguas antigas
em formas de luas vítreas,
amareladas e torpes,
como a cinza chaminé
das cansadas fábricas de mortos.
domingo, 7 de abril de 2013
Melodia
Labirinto
de ventos
Que
corre contra o tempo.
Contratempo
Vertiginosos
arpejos de luz
Rodam
em escadas semicirculares,
Em
planos, losangos e vértices irregulares.
Em
mãos estranhas que não percebem,
Em
sorrisos de metal e cordas,
Há
cinza, branco e preto.
Entorpecidos
em vidas alheias,
Em
dias de sol e chuva
E em
solitudes de bancos de praças,
Apenas
alguns dedos tocam o velho piano.
Velhos
versos em antigas dores:
O
flautista que sempre toca aquela conhecida melodia,
Repetida
em náusea e tons pastéis em teus ouvidos de níquel.
Lábios
que tocam tangencialmente a vida, vida de outrem.
Pássaros
que cantam o azul matinal, forte e fraco.
Olhos
sincopados em sonolência morna,
Apenas
alguns dedos tocam o velho piano.
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