sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Estranhamento

Gritei, e os Deuses não se fizeram surdos
Aos apelos que há muito já gritara aos homens...

Força, vento, lágrimas
Banhar os pés na água
Fechar os olhos e respirar fundo
As imagens de teu coração
Em caravana de medo...

Sobrevivi aos cantos das sereias mais belas
E também calejei as mãos pelo duro trabalho.

Os olhos se tornaram úmidos de dor e cheios de poeira do tempo

O coração oprimido e cheio de uivos distantes!

Não existe o homem desejado, nem o pão ou mesmo o vinho.

Esquecerei dos sonhos?

Quero que ateiem fogo em minha alma,
pois minha alma não se entrega jamais à frieza das vidas caducas
E dos olhares repressores dos comodistas e perversos

Usurpadores do belo dia,
A luta é séria e terrível
Mas os deuses me deram a fronte altiva e os punhos fortes o bastante para seguir em frente.

Entre tantos desvarios e caminhos longos
As botas se desgastam e os corações se endurecem
Mas a bela jovem continua a dançar
E os pássaros a cantarem
E os dias nascerem quentes e secos.
E o vento, ah, esse vento que me leverá por tantas terras...

Não me entregarei: E os Deuses talvez até duvidem disto...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pequeninos versos

Jamais poderias saber a cor dos sons em tua carruagem de ar
Se nunca podes sentir o luar em teus pés, tão pouco sabidos.
Queria caminhar contigo entre árvores silenciosas
Mestras das dores distantes
Presentes nos horrores dos homens
Tão quietos neste dia de hoje.
Se luz te faltar, deixe-me guiá-lo
No ultramar dos sonhos...
Na doce canção das aves
Tão longes de nós.

Pontue teu coração com o nome dos astros.

E não sejas fechado aos destinos dos Homens.