sexta-feira, 5 de julho de 2013

Sonata de Inverno

Asas purpúreas de ventania:
Contem aos ventos os terrores cruéis
De um coração maldito e amarelado.
Coração de dor, coração de luto.
Vestes prateadas adornam os cabelos
de meninas de outrora.
Meninas sem olhos e de mãos pálidas.
Auréolas esverdeadas em olhos de vidro marfim.

Números, letras, cartas inescritas.
A dança sutil e o vulto de uma sombra clara
Solitude indelével em olhos de carvalho.

Vidas em oposição, palavras sem cor.
Olhos de lágrimas e corais escondidos.
Roubem de mim todo este rosto
Os vincos, os vícios e sua poesia,
ou não saberei mais quem poderia ser.

em dourada lua de amanhecer
brisam o mar em faces e rugas de vestes brancas...
Seria par o homem e a mulher
Ou apenas a dama e sua lua caída?

Mais uma sonata, com um vagaroso e leve movimento,
terno como uma flauta, triste como um violino

E em tom menor tal como um dia de chuva.