A Lei Tríplice e a Roda da Fortuna entram em
comunhão mágica como forma de alquimia ao mostrar que aqueles que estão sob os
pés de outrem, na terra pisada, cansada, se tornarão uma ave, um pôr-do Sol, um
mistério sereno, uma alegria repentina, uma toada antiga, porém nova quando
tocada, uma sorte que os ventos trazem através de pontuação de nomes esquecidos
no coração dos astros. Nunca sejas fechado aos Destinos dos Homens, cantou
alguém há uns bons pares de anos.
Mas aqueles que com arrogância impostaram
suas sinuosas sobrancelhas em montes de merda e areias quaisquer vão descender
em grau, virtude, fonte, sorte, norte, corte, termo e face em barulho de
rítmico serrote, espelhado em si, na velocidade de sua própria queda, pois
língua num é osso, mas quebra osso e quem ascendeu, hora dessas vai moer
moinhos por debaixo da foice da terra fria, embaralha de novo, há mais uma
partida, aposta as fichas, perde tudo, ganha em calvície, cabelos brancos,
sorrisos bonitos e coração profundo, essa profusão é um esplendor quando mirada
com os dois olhos em terra de cego, ambos fixos.
Covardia se paga com coragem,
assim como a Coragem é paga com covardia, mas faz parte do rei está morto, viva
o rei, é um jogral, uma paráfrase de um tensionado Destino que arrebenta corda
e encaracola-se em si, voltando a ser musicada in utero, embaraçada em sua prazerosa extensão aguda de quase corda
de berimbau, quase fio de teia que aranha tece. E a única norma que pode ser
forma é nenhuma regra ter, parafraseando divino intenso Belchior, é nunca fazer
nada que o mestre mandar, sempre desobedecer, nunca reverenciar, algo assim,
mais ou menos ou mais para mais que para menos, inclusive.
Corda bamba vira
gangorra de metal pesado, pedra de sal desmancha após tanta água mole, o velho
rejuvenesce e o que cresceu é tempo de decrescer, trilha, milho, folha, murcha.
A violência é calma, a maré é bravia, tudo que o Sol toca, vira por destemido
capricho da noite a Lua e mais um punhado de estrelas que cintilam e que
mostram finitude, extensão, propensão, ascendência e descendência, é uma
questão de ângulos, espelhos, nortes, como já disse e repito, o circular se faz
carne em verbo e necessário pode ser dito em breve momento para logo tudo
desfazer, pois é o desnecessário que vira e mexe importa.