sexta-feira, 26 de abril de 2013

Orpheus

Quantas marés em rochas
São necessárias para destruir sonhos e danças amargas?
Tantos túneis negros e lagos perdidos,
Azul de céu profundo em palavras de músicas transmutado.
Forte, fraco. Forte, fraco.
Uma antiga notação, já há muito esquecida,
Sob uma borra de café ou chá
Trouxe a terra, feito barro, para os olhos de alguém.
Mordaz e saturnino pássaro,
Avesso ao canto, perdeu-se ao anunciar manhãs.
E em pupilas dilatadas o sol enuncia: "estou cansado".

Um comentário:

  1. Um dos mais belos poemas que aqui pousou nos últimos tempos. Mas olha, o pássaro chega lá. É normal cansar e desesperar durante a longa jornada. Mas ele chega. Tenha fé.

    ResponderExcluir