terça-feira, 14 de julho de 2015

Lua em Centauro

Sei que em algum momento dos fins de um setembro quente você devolveu, por um breve 
momento, minha esperança na luta, na vida melhor, num dia de sol, num trem lotado, terrivelmente quente, num dia de novembro, mas que poderia conter o amanhã. Plantar sementes aos que virão. E eu fui tua ilusão ruiva, tua projeção intelectual, política, de mulher forte e sensível, de mulher excentricamente bonita. Estávamos num galope forte nos medos e no corcel da utopia. Centauros e minotauros permeavam nossos mitos e sombras, em espírito anárquico. Sonhei, não posso negar. Assim como a morte abrupta trouxe novamente a espuma cinza do mar dos dias sem mais lutas, sem mais luas vermelhas e gatos tigrados. E de repente uma frieza doentia tomou conta de tudo e você sofreu. E eu sofri. E tudo estancou. Cavalo refreou ímpeto e a poeira dançou no ar por algumas estações.

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