Aprender a se amar, a se respeitar e a se cuidar de si, é diário, é lição para uma vida inteira.
Cabe a você se opta por matutar infinitas lunações sob a forma de mágoa e tristeza ou se opta por seguir galopante, rumo a algo, mas que nunca se sabe ao certo o que se é.
Cautela. Audácia. Força. Luta.
Não fomos ensinadas a isso, é preciso de muito murro em ponta de faca.
Talvez uma vida só ainda seja ínfima para nossa estrutura de quebra cabeça que desencaixa e volta ao estado bruto de pedra, pedra com restos de unhas, de carne, de vísceras.
Todo rito iniciático é repleto de quedas. Todo rito é morte. Toda a vida é bruta e não tergiversa.
Língua humana é que faz volteio em torno do outro, em torno de si.
Aprendi que quando nos perdemos numa trilha no meio do mato, deve-se seguir sempre em linha reta e, quando o entardecer se despenha dos céus, deve-se procurar um local debaixo de árvore (ou qualquer outro que instintivamente julgar o mais seguro o possível) para o pernoite.
Não se vagueia sem luz, espera-se o dia amanhecer e segue jornada nova, tendo a cabeça erguida e sabendo-se humano, sabendo-se tão perdido em sua humanidade.
Solidão. Não se precisa de simulacro para sorrir. Seguimos com os pés fincados na Terra e a cabeça repleta de sonhos aquáticos, contemplando verbo que é vento, elemento ar, mas que penetra ossos e os quebra sem meias conversas.
Cabe a você se opta por matutar infinitas lunações sob a forma de mágoa e tristeza ou se opta por seguir galopante, rumo a algo, mas que nunca se sabe ao certo o que se é.
Finge-se que sabe para nos sentirmos um pouco mais importantes, um cadinho mais maduros, por assim dizer.
Cautela. Audácia. Força. Luta. Respeite o pousio. Lança as redes ao mar e espere. Paciência.
Quem não se importa que seja então levado do elemento pensar, feito vento nos campos de trigo, feito égua no cio.
Respeita teu luto. Respeite tua luta. Resguarde o pousio. Seja grave. Seja rude. Respeite a terra. Guarde a cautela entre os dentes. Contempla o verbo ventar. Todo rito iniciático é repleto de solidão, de humanidade.
Despenhe as lágrimas com os pés no solo em pousio. Adube a terra. Sobre prato de comida, não se aconselha a chorar por cima, pois traz a dor para dentro de si de volta.
Chore como grito. Chore em silêncio. Dê murros em pontas de facas cegas. A fé está amolada
sexta-feira, 22 de julho de 2016
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