sábado, 12 de setembro de 2009

sem título

Ah, angústia que dilacera meu peito...
Venha tomar um cálice deste teu próprio veneno
E embriaga-te do mal de teus conselhos
Que me matam dia após dia...

Acabes com esta úlcera
Com estes tremores
Com estes horrores
De olhos saltados
E mãos crispadas.

Não permitas mais que tua filha sofra assim
Chega de caprichos cruéis
De infindáveis amores
E penúria de afagos
Não preciso de esmolas
Não preciso de você.
Nem dele
Nem dela.

E que venha o sol
E banhe esta angústia de sal.

Um comentário:

  1. "So you ride yourselves over the fields and
    you make all your animal deals and
    your wise men don't know how it feels to be thick as a brick." - Nosso Ian Anderson.

    Nesta madrugada inglória, sob o manto dos deuses que tanto apavora, digo-te insone que a angústia de teu coração é tão impávida quanto as lágrimas de Odisseu preso na ilha de Ogígia esperando a deusa libertá-lo após suas lágrimas tristes na praia. Lágrimas tão fartas entre seus tremores desesperados que se confundem com as águas do mar!

    Ah! Onde está esse sol que apenas nós, os chamados proverbialmente de loucos e estranhos nesta sociedade de bufões esperamos tanto? Chega de caprichos cruéis você diz e eu concordo! Com todas as palavras.

    Basta de tentar por conselhos tortos e penúria de tudo. Os horrores dos olhos saltados, das mãos crispadas e do coração vazio que nunca consegue se alegrar com o frívolo cotidiano dos mortais.

    Que venha o sol primaveril! Que Ostara venha direta em nossas vidas e que ilumine nossa mente e coração. Que retire a escuridão dos conselhos tortos e que acima de tudo acenda nossa lamparina interna com alguma chama, tão vital como as 7 chamas cardeais ou a luminária daquele planeta rápido visitado pelo pequeno príncipe.

    Que o sorriso prevaleça e que saindo desta penúria própria de Ogígia encontremos o caminho para nossa perdida ítaca que ainda está lá em algum lugar a nos esperar.

    Adiante. Adiante.

    ;*

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