terça-feira, 8 de setembro de 2009

Desabafo

Abstrato

Indeciso

Branco.

Onde está o branco do sonho
Que levanta as penas
de um dia seco?

E a Abstração de algo
Inominável
Como a morte e a dor?

E a indecisão
do homem
do padre
da carne?

Um comentário:

  1. "E a Abstração de algo
    Inominável
    Como a morte e a dor?"

    Disso, Valkiria indômita, não se abstrai. A morte e a dor marcam como ferro em brasa. Assim como os mortos de Joyce ou dor do martelo das feiticeiras, nada disso se apaga.

    como diria Camus, "É preciso imaginar Sísifo feliz." . E eu diria mais, diria que ignorar ou esperar são as saidas encontradas por aquele que se encontra triste, mas buscar na existência o mínimo necessário para viver é o que realmente deve ser buscado com afinco. E você tem as armas para isso. Tem a mente e o coração indômitos forjados na batalha da angústia existencial. Eu confio em você, Ana.

    O sono e o sonho vem quando não os esperamos. Palavra deste nefelibata que conheces bem. E Digo de forma direta e sincera que a indecisão dos dias que não chegam nada mais é que o problema de entrarmos no abstrato e absurdo. E pelos deuses! Tudo é absurdo! O absurdo não faz parte do homem mas nos faz até mesmo acreditar que não exista amanhã! Que temível e terrível é o absurdo. Mas, apenas pelo absurdo podemos entender o que existe em nosso cotidiano e em nós mesmos. E pelo que vale a pena lutar.

    É tempo absurdo. É tempo de olhar para si e juntar os fragmentos do espelho que se quebrou. Deixar que o reflexo se torne um monstro ou que vozes de fantasmas falem pela superfície do espelho estilhaçado é se entregar e deixar o futuro preso ao passado.

    Junte teus fragmentos. Não deixe o exterior te consumir.

    Adiante, Valkiria!

    ;*

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