sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cordillera

Não sei se é essa tua negra cabeleira que faz meu peito bater forte.
Ou este seu coração duro e sensível.
Ou se é este céu bonito e esta canção noturna
Sabe, isto mexe conosco...
Esta dor no peito
E estes olhos distantes
Fazem doer-nos na carne

Esta falta de amor
Esta falta de palavras
Esta falta da falta
Esta cordilheira que se põe entre nós
Esses homens que correm, tão pequeninos
Este grito não lançado
Este escuro de teus caminhos
Cerra os olhos e os dentes

Aquele reino longínquo
Onde as palavras que escorrem por nós
Tem coro entre almas brancas
Diante de espelhos vazios
E rostos sombrios
São memórias de um passado nunca vivido

Te daria uma flor
Se possível fosse
E te daria todo dia um sol
Se a noite não fosse tão negra
Quanto a tua cabeleira.

Um comentário:

  1. Diante de espelhos vazios e rostos sombrios, a falta de tudo cria monstros. Monstros que não estão lá. desejos que nem sabemos se estão lá e nossos pés que nem sabemos se estão lá. O seguir é constante e o não sentir faz parte do sonhar. Batendo forte ou não o que importa se a cordilheira se abre sob seus pés? A noite é negra, o dia sem sol a possibildiade de algo é o desejo quixotesco que nos faz caminhar apenas para vermos se encontramos nas pessoas do cotidano um sorriso que nos salve da profunda escuridão de nós mesmos.

    Se os sorrisos não se abrem precisamosnós mesmos criá-los.

    É o que senti nestas palavras.

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