quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Mar

E esse olhar gigante imenso posto sobre o outro e sobre todos os ângulos possíveis é um doer por demais, eu sei. Você se esqueceu de pegar a corda ao descer? É como provar com os teus olhos uma cor, como sentir um café com a tua língua, como cheirar o mar no qual você tanto gostaria de estar. Fecho os olhos e vem todas as marés ancestrais de um mundo inteiro onde cantaram onde amaram onde guerrearam em todas as mais possíveis línguas dos homens, os homens. Marítima fé me lembra até soberano Júpiter e enxergo o verde no toque da brisa que te toca num sonho onde algo me apareceu de olhos imensos e escuros sobre todos os ângulos possíveis, fugidio. Saiba que o gigante, o mítico, o encantamento, o mar, o café, o ancestral, o Mediterrâneo possuem em todos os homens o teu espelho, o teu nome, o teu estar. Eu fecho as cores e sinto como você pôde se colocar por breve segundo em minha língua. Meu corpo não se esquece de um rosto. Debaixo da minha língua escondo minha marítima fé que é imensa larga e gigante como todos os que tiveram esposas, olhos, cores, luas, vertigens, julgamentos. Como todos aqueles que adoeceram cedo e não longe foram. Para aqueles que junto à você o mar vai levar para fechar os olhos e ver o Sol ainda que bem longe. Perceba: nossos ancestrais choraram o mar sobre as tuas dores nas vertigens do meu encantamento melancólico. 

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