quarta-feira, 8 de junho de 2016

Havia um lar repleto de beleza

O medo era escarlate e pintava minhas unhas castigadas.
Havia meio de pronunciar teu nome sem receio de verdade, sem receio de pudor.
Havia uma penumbra escarlate que emudecia meu lábio inferior de tinta escura.
Sangue menstrual escorria por meus dedos em dia frio de carne de açougue.
Havia o natural de ser violada, violentada, conspurcada sempre, sempre e mais de uma vez.
Havia o debater violento dos dentes em sonhos de medo e de vórtice, tinha nota conhecida, dentes quebrados.
Sangue instrumental calava meus lábios em forma de escarlate e púrpura doentia, carcomia as nervuras cerebrais.
Eu pensava que havia cada vez menos unhas e nervos, cores inferiores às tinturas menstruais.
A noite corre selvagem como uma tintura na penumbra e nos escombros das curvas ancestrais do uivo sanguíneo.
Criações pesadas carcomem parte da estrutura óssea de meus ombros e de minhas unhas castigadas.
Não havia mais pétalas, lares, selvageria, beleza, dentes, sonhos de medo e de vórtice, tinha carne fria de açougue.
Calei meus ancestrais, quebrei os dentes, devorei unhas e nervuras cerebrais, cimentei tudo com medicações instrumentais e sangue menstrual em flor.
A flor escarlate emudecia meus olhos de medo e calava meu debater muscular violento, revirado, transverso.
Havia um lar repleto de flores menstruais onde guardei minhas unhas escarlates e teu nome feito derivado do vento, feito construção de terra.
A noite corre salvagem, conforme ditam os argumentos do vórtice e da beleza doentia, conspurcada sem nome, pelo meu lábio inferior.
Sabia da interação medicamentosa que poderia misturar junto ao teu nome, ao meu vórtice e ao meu sangue menstrual, pois a noite corre escarlate, selvagem, na beleza das nervuras e dos uivos.
O medo era púrpura e conforme ditam os argumentos do vórtice, quebrei meus dentes nas pétalas sanguíneas.
Havia meio de calar o natural de ser violada que emudecia meu lábio inferior de uivo sanguíneo.
Havia os ecos de pétalas, lares, vórtices, medos, nervos, unhas devoradas, debater muscular violento e interação medicamentosa.
Havia um lar repleto de beleza, flores, lábios silenciados em uivos, prenhes agonias, violento, transverso, revirado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário