quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Planetária

Descobri num fragmento de Tempo que estilhaçou vinganças e vidraças minhas em terras áridas estava eu ainda aqui, ali, feito matéria dos contornos das veias e das pálpebras flutuantes de som.
Som do ar que repleto de fósforo e outras químicas estranhas e com algo de hidrogênio estava meu desejo feito epígrafe em pés, pratos e costuras de roupas.
Escavei por caminhos estranhos de sulfato, tudo era somente pele de tuas covas e túmulos esverdeados em peito de cálcio.
Mas havia ainda um doce céu espelhado e aberto e meus dois olhos que possuíam um tom de Saturno, da Lua e de Vênus.
Combinação esplêndida à melancolia que permeia minhas unhas, dedos e escrivaninhas, meu nome, meu nódulos, minha faca de gume afiado.
Há um suspenso grito expelido numa viagem ao mundo espiralado de alguns deuses antigos, não quero citar nome, meu nome, meus dedos, minhas unhas, minha faca de gume afiado.
Descobri um doce caminho de chumbo que estilhaçou meus olhos em vinganças e vidraças minhas em terras áridas estava eu ainda aqui.
Presente como se chuva fosse meu caminho de pedrosa e amuralhada alma de cantos prosaicos e estremecidos na sombra cinzenta de teu sonho.
Tudo era sonho em absoluto, mesmo sob os dedos repletos de chumbo, covas, matéria de pratos, pés, costuras de roupas.
Esperei e aguardei pelo segundo movimento, tão estranho a minha terra natal e a minha língua materna. Tangenciei pelo contorno de teus olhos vinganças e vidraças.
Espremi um suspenso grito expelido pelo fósforo flutuantes de som e de hidrogênio.

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