sábado, 27 de fevereiro de 2016

Matéria Circular

A aurora ofuscou o céu e mascarou as pupilas da criança e do demônio.
Na penumbra das sombras que formam teu corpo magro, esguio, negro, penumbra, corpo negro.
O que a palavra me deu foi língua extinta, chumbo em carne, vidas e silenciosos espasmos.
Silenciosos vasos percorreram as salas visitadas, meio pálidas pelo branco da lateral de teus olhos.
Eram escuros, repletos de grito dissonante e etéreo na vaga memória que possuo da morte.
Talvez um pertence ou objeto qualquer revolvesse matéria de sonhos, lágrimas e de caminhos estrangeiros.
Eles levaram aquilo que possuo entre os dedos, uma penumbra maligna que tomava conta das falanges e dos ossos das mãos.
Não possuía nome, apenas sombra do extinto que era ainda ainda inominado, mas pertencia ao dono das muitas faces.
Ossos, muitos nomes, pouco conhecidos, caminhos estrangeiros, pintadas por uma negra penumbra.
Em tons de grafite, algo de silencioso invadiu minha língua e pertenceu ao passado.
Caminhei entre aqueles que possuem um certo metal nos dentes, aqueles que desaprenderam a língua dos Homens.
Não possuíam caminhos do passado e das penumbras que circulam entre fumaças com cheiro de ossos e vidas.
A terra estava repleta por matéria de esverdeada coloração, como fumaça densa de chaminé da casa ao lado.
Nunca soube o nome daquele vizinho, nunca consegui enxergar a lateral branca do que consome os ossos.
A aurora ofuscou o cinza de meu grito ainda inominado na penumbra maligna de sonhos, lágrimas e dentes.
Os deuses percorreram as salas invisitadas por qualquer objeto ou pertence de caminhos estrangeiros, nomes negros.
A penumbra correu junto à criança de corpo de demônio, esguio, ainda inominada, lágrimas silenciosas.
Eram escuros, repletos de grafite, e invadiu os Homens na vaga memória que tomava conta dos ossos e dos muitos nomes do etéreo. 
Nunca soube o nome daquele enxergar lateral de coloração esverdeada e que tomava conta das falanges e dos ossos dos pés.
A criança ofuscou o demônio e mascarou as pupilas do céu.

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