quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Forasteiro

Luto tua causa
Homem de bem
Não sei de onde vens
Nem a cor de teus olhos

Sei que tens verde e vermelho na alma
Ruas e árvores em tua história
Cantos de terras distantes
e homens taciturnos

Mas também sei que és bravo e forte
Tens mente de marfim e cheiro de terra
Sei que sou apaixonada
Por tua fronte suada e longa
Por teu cheiro agressivo
E tuas barbas longas

Te sinto grande
Me sinto pequena
Não sei quem és
Mas posso te ouvir

Longe, mas posso

Não sei como
Mas teu cavalo faz poeira dançar no ar quando estás por vir
Eles dançam e cantam em teu nome

Sua risada é grande como suas botas
Seu hálito é quente
e nem posso sentí-lo

Tens meu coração
Sem ao menos eu o sabê-lo
caminhas há muito na minha retaguarda

Não sei quem és

Luto tua causa
Homem de bem
Não sei de onde vens
Nem a cor de teus olhos

Luto a tua causa

Homem de bem

Não sei de onde vens

Nem a cor de teus olhos.

3 comentários:

  1. Se existisse um equivalente feminino para Bardo, o seu nome seria ele...
    Linda escrita...
    Apaixonante!!!

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  2. Estes versos são de uma honestidade direta e musicada. Como as alegorias de Yeats, com um ar folk próprio seu. Parabéns. É um declarar belo. O mais belo que já te vi escrever. ... orgulha-me sentir as linhas contemplativas e tudo o mais que vejo em tua escrita.

    Onírico.

    =*

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  3. Adorei...
    Dá pra ver o cara...
    Saudades

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