Conheces a solidão?
Sabe-a forte e pungente como um pêndulo em teu peito de pássaro?
Sente-a como um martelo de grossa forja que te bate e abate?
Como um pequeno passarinho
Te mantém enredado na pior das prisões
Numa rede invisível e sensível
Dor, angústia e preces
É apenas o que te resta
Andarilho maltrapilho
e bêbado
Triste e cheio de passados...
Não sabes de nada, pequena criança
Pobre e sem lágrimas
Secas pela poeira do tempo não vivido
Não sintas, apenas siga
Tua sina de Ser
Tua angústia de existir
Sem viva alma ao teu lado
Sem música, sem vaias
Sem nada.
Se como um pavão te sentias
Hoje nada mais é além de espelhos...
Cristais e flautas
Mentiras de paixões e cantos
Olhos de castanha
Olhos frios
Amores de paradoxo
deixe-os para lá...
Eles também não mais fazem parte de tua solidão
Eles são apenas a puberdade da vida
E isso não é solidão
Enterre teus mortos
Liberte pardais
Viva o sol
E cante a noite
Não olhes
Não sejas
Não digas
O melhor é esquecer
Quando você já o foi antes...
Poeira e brisa
Carambolas e cães
Amêndoas e pimentas
Cheiros e corpos
Esqueça-os.
Até que o fim se instale como um parafuso em teu coração.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
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Conheço de perto. Sei seu gosto, conheço bem sua música. Sei que ela é pendular e com o tempo não permite nossos devaneios "reviravólticos".
ResponderExcluirO que fazer com ela? matá-la. Matá-la-ei com afinco.