quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

A Muralha

O homem de longas vestes entra para seu claustro,
Não se sente só, diz que seu deus o protege do mal e das tentações.

O homem de ágeis olhos está sobre a torre,
Com sua pronta flecha destinada aos que mal desejam fazer sobre sua cidade.

E a muralha lá está: Nada fala, nada sente.
Mas ao seu redor homens vivem, trabalham, amam, tocam suas canções, sofrem, morrem, nascem, renascem...

Não há clamor ao lado da muralha, ela passa distante e calada
Com um espectro e um aspecto diferente a cada instante...

Longínqua transeunte, mulher de muitas vidas e destinos.
Belos cabelos e belos olhos; cinzas. Cor de noite.

O caminhante das sombras num branco labirinto.
Tão só quanto a muralha, tão distante quanto a mulher.

Ouça! Quase vi as mulheres de cálidos sorrisos e longas vestes passarem por mim. Solitude.

Olhe! Quase ouvi os homens de longas madeixas com seus belos violinos . Mistério.

Sinta! Quase percebi o barulho das ondas e do vento em tua clara pele. Ilusão.

Toque! Quase mesurei nossa enorme solidão. Verdade.

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