segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Posso amar em silêncios e cartas não escritas.
Posso calar à visão espiralada de seus olhos escuros.
posso apagar o passado e futuro ao som de tuas cordas.
Posso gritar, me levantar, arranhar paredes.
Posso devorar a solidão em pratos alheios.
Posso usar a farda do cansaço e da estrada.
Posso acender um cigarro e presenciar o nada.
Posso ser pássaros em revoada, como um galope.
Posso cortar uma fotografia envelhecida.
Posso cantar o suave vento, amarelado pelo sol.
Posso ser névoa e neblina, somente um pensamento teu.
Posso anelar teus cabelos revoltos em meus dedos.
Posso sentir sede e fome e matá-las no céu.
Posso buscar poesia e somente haver 
tinta, papel 
e tristeza.

(24/12/2013)

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